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Reflexões: como é a nossa relação com a linguagem?

  • Foto do escritor: Úrsula Massula
    Úrsula Massula
  • 12 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de set. de 2020

Desde que me entendo por gente, sempre olhei para as palavras com uma espécie de fascínio... daquele que a gente sente quando se depara com algo fabuloso. A partir do momento em que consegui tanto me expressar quanto absorver o que era expressado por outros, eu, de uma maneira ainda muito tímida, me encontrei.


E eu queria apenas ler… ler desde os rótulos de produtos que eu tentava decifrar entre grandes pausas aos outdoors que passavam rapidamente por minha visão, e o meu olhar era este: o de encantamento.


Como aquelas letras poderiam carregar tantas informações, tantos sentidos?


De que formas podemos produzir linguagem?


Um grande sonho que recordo ter quando pequena era criar uma espécie de enciclopédia, que abrigasse imagens e conceitos sobre os animais, as plantas, as invenções da humanidade, enfim, o que rege a vida — ah, a imaginação tão grandiosa e inocente das crianças! Esse sonho eu não concretizei, mas um desejo também vibrante, o de continuar me conectando com o mundo por meio das palavras, permaneceu.


Fazendo um gancho com a culinária — esse outro universo que me é tão caro —, penso que os processos que a envolvem podem mexer com a gente de maneira sutil, mas marcante ao mesmo tempo. Sabe aquele aroma ou aquele sabor que te traz uma memória afetiva reconfortante? Algo muitas vezes tão simples que nem sequer paramos para analisar. Apenas sentimos. E não é assim também com a linguagem?


Um jeito de alguém se expressar pela escrita ou pela fala que te marcou, um texto que fez você ter uma epifania... e nem precisa chegar a tanto. Só de ter feito você esboçar um sorriso ou ter causado aquele incômodo, pelo que quer que seja. Esses são apenas alguns poucos exemplos da força de um texto. Mesmo que você desconheça terminologias, normas, técnicas… se você se reconhece em uma dessas situações que mencionei, acredito que você seja privilegiado nesse sentido, tem a sensibilidade para valorizar tudo isso.


Nós nos desenvolvemos, entre várias coisas, com base na nossa relação com o outro. Temos perspectivas que se alternam entre identidade e alteridade: o nosso olhar para dentro e o nosso olhar para o outro — e, por vezes, o encontro desses olhares. E muito dessa construção passa pelos textos, os que lemos, escrevemos, ouvimos e falamos. Afinal, emissor e receptor se encontram por meio de diferentes veículos de comunicação, gêneros, temas e objetivos.


Não importa se por bilhetinho, meme, música, tese ou e-mail de negócios: assim passamos uma mensagem, assim nos comunicamos.


E que possamos, por meio do que é escrito, oral e imagético, continuar a nos conectar, a nós mesmos e ao mundo.

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